terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Bem-vindo ao acervo Saturnino de Brito!
Neste espaço você encontra notícias, fotos e a obra do grande sanitarista brasileiro Francisco Rodrigues Saturnino de Brito, idealizador dos canais  de Santos, que trouxe com isso, grande progresso e saúde à Cidade.


Expediente do acervo 
para o Carnaval


As visitas ao acervo Saturnino de Brito, no Palácio que leva seu nome, acontecem todos os dias (9 a 12), das 11 às 17 horas. Na quarta-feira de Cinzas (13), o acervo abre das 14 às 17 horas.
O Palácio Saturnino de Brito fica à Avenida São Francisco, 128, no Centro Histórico de Santos. A entrada é gratuita e as visitas são monitoradas com guias bilíngues.  
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Saneamento completa 100 anos
Artigo do superintendente 
João Cesar Queiroz Prado


Dia 25 de abril de 2012 é um dos dias mais importantes para a história de Santos. Foi nesse dia em 1912 que entrou em operação o sistema de esgotamento sanitário desenvolvido pelo engenheiro sanitarista Francisco Rodrigues Saturnino de Brito, que permitiu a ocupação da Cidade e o fim de doenças de veiculação hídrica, responsável por dizimar milhares de pessoas. Estima-se que essas doenças vitimaram mais de 22 mil moradores, metade da população na época.
Por isso, este é o momento de homenagear este grande homem, que foi Saturnino de Brito, considerado o patrono da engenharia sanitária, que juntou em seu trabalho as técnicas de construção com normas de saúde e higiene, uma mistura de engenheiro e médico, período intitulado até como uma evolução higiotécnica. O resultado foi a melhora da qualidade de vida da população, elevando a cidade a uma outra condição sanitária.
As anotações, relatórios técnicos e plantas desenvolvidas por Saturnino são primorosas. os detalhes nos cálculos, em que ele demonstra cada equação para chegar em seus projetos, demonstram realmente o cuidado que tinha para que tudo desse certo. Outro detalhe foi a preocupação com os custos do projeto, inclusive, com o controle da quantidade de cimento utilizado nos canais, de forma a evitar gastos a mais. Para desse trabalho está exposto no Acervo do Saneamento, sede da Sabesp, em Santos.
Seu trabalho foi tão completo que definiu também como prioridade as condições e instalações da casa dos santistas. 
Nas palavras de Saturnino, em relatório de 1905: "Será preciso tratar da casa como se trata do homem. Por isso, o elevado empenho que fizemos para que se reforme por completo o serviço domiciliário dos esgotos, sem o que o saneamento da cidade peca pela base".
Apesar de hoje entendermos o que estava se passando e os motivos das intervenções realizadas, na época o projeto foi muito questionado e Saturnino enfrentou críticas ferrenhas. Outros apoiaram, como dr. Guilherme Álvaro que se empenhou na adoção de medidas de higiene e saúde. O projeto idealizado em 1898 teve suas obras iniciadas apenas em 1905, quando chegou para comandar a Repartição de Saneamento. O caminho foi muito tortuoso para chegar ao nível em que a cidade está hoje, primeira do ranking de saneamento, de acordo com o Instituto Trata Brasil, entre as cidades com mais de 300 mil habitantes.
A Estação criada por Saturnino no José Menino, chamada de Usina Terminal, esteve em operação até a entrega de uma nova unidade, que dobrou a capacidade pelo Programa Onda Limpa, no início de 2010. Este belo equipamento foi entregue restaurado, sendo considerado, junto com três estações elevatórias também restauradas, um importante marco para a história do saneamento do País. Uma delas, em São Vicente, em parceria com a Prefeitura foi transformada na gibiteca Maurício de Sousa, tornando-se um ponto de referência cultural e histórico.
Além de tudo que fez pelo saneamento do País, ele deixou outra herança para Santos, marca da sua genialidade: o traçado da Cidade. Prevendo a expansão, Saturnino projetou avenidas centrais arborizadas, como hoje a Avenida Afonso pena, permitindo uma maior circulação de ar entre os imóveis. Ao lado das canais, manteve avenidas largas para circulação. Seu projeto contemplou também a existência de praças arborizadas e previu um jardim na orla em 1910 e realizado décadas depois.
Pelas palavras de Saturnino, a preocupação era com o aspecto geral da Cidade: "Aliás, está no vosso programa sobre Santos cuidar de melhorar e de embelezar - para que o visitante estrangeiro leve boa impressão da importante cidade paulista. Sobre a planta que encontrei, projetei a expansão da cidade, (...) necessário para prever toda a futura rede de esgotos". 

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